terça-feira, 27 de dezembro de 2011

jura secreta 14


eu te desejo flores lírios brancos
 margaridas girassóis rosas vermelhas
e tudo quanto pétala 
asas estrelas borboletas 
alecrim bem-me-quer e alfazema
eu te desejo emblema deste poema desvairado 
com teu cheiro teu perfume
teu sabor teu suor teu sabor tua doçura 
e na mais santa loucura 
declarar-te amor até os ossos
eu te desejo e posso
:
palavrArte até a morte
enquanto a vida nos procura 


Entridentes

queimando em mar de fogo me registro
bem no centro do teu íntimo
lá no branco do meu nervo brota
uma onde que é de sal e líquido
procurando a porta do teu cais

teu nome já estava cravado nos meus dentes
desde quando sísifo olhava no espelho
primeiro como mar de fogo
registro vivo das primeiras eras
segundo como flor de lótus
cravado na pele da flor primavera
logo depois gravidez e parto
permitindo o Logus quando o mar quisera


Desejo a todos um 2012 pleno
de muita luz amor saúde sucesso e paz

arturgomes

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

1º Festival Nacional de Cinema do IFF (Instituto Federal Fluminense de Ciência e Tecnologia)



3 filmes com direção de Jiddu Saldanha meu grande parceiro e responsável pela minha introdução na aventura do áudio visual quando juntos começamos a filmar em Cabo Frio em 2007.

um múltiplo olhar sobre tudo o que é arte. vídeo.arte, vídeo.teatro, vídeo.cultura, vídeo.clipe, vídeo.vida, vídeo.poesia, uma viagem por estradas sem fronteiras inter-vias festival de cinema do IFF imagens para o além-mar da menina dos olhos de quem olha e aprende a v(l)er.

Artur Gomes
ao meu saudoso e eterno Mestre Uilcon Pereira
In memória

“a memória é uma ilha de edição”
Wally Salomão

A pedra filosofal do 1º Festival Nacional de Cinema do IFF a ser realizado de 16 a 20 de abril de 2012, será lançada com a Mostra Curta IFF no pátio do Campus Campos Centro no período de 14 a 16 de março de 2012 com a exibição de vídeo.arte, vídeo.teatro, vídeo.poesia, vídeo.cultura, vídeo.cripe, vídeo.vida. além da produção da Oficina Cine Vídeo e Outros Baratos Afins

O Regulamento do FESNAC IFF estará disponível no blog Oficina Cine Vídeo a partir do dia 10 de janeiro de 2012. Portanto galera mãos a massa. 


saiba mais sobre o Projeto Cinema Possível de Jiddu Saldanha aquihttp://curtabrisa.blogspot.com



sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

o boi pintadinho


O
Boi
Pintadinho
                           
... E
lá vai o boi
com seus olhos tristes
feito mãe cansada
da estrada e da vida,
vai carregando dor nos olhos,
cabisbaixo
com medo de levantá-los
e ser o primeiro
a enfrentar a faca
ou quem sabe,
a forca.

Lá vai o boi de arado
boi de carro
boi de carga
boi de cerca
boi de canga
boi de corda
boi de prado
boi de corte.
Boi preto
boi branco

lá vai o boi pintadinho...

lá vai o boi
na tua consciência
triste e solitária
olhando os que passam
com medo de levantar a voz
e colocar o seu mugido
na consciência dos outros.

Lá vai o boi
no teu passo manso,
dança na contra-dança
com certeza que a esperança
é muito mais do que aquilo
que já te foi predestinado.
Lá vai o boi-pintadinho...

lá vai o boi...
boi Antônio
boi Joana
boi Maria
boi João.
Boi Thiago
Boi Ferreira
Boi Drummond
e Boi Bandeira,
e tantos outros bois
que conheci por este país afora...
que sabendo ou não sabendo
cada boi tem sua hora.

Lá vai o boi
com teu jeito manso
no equilíbrio manco
que me inspira e desespera...

vai para o cofre,
ele sabe disso.
Vai para o açougue
ele sabe disso.
Vai pra balança
e nem parece equilibrista
mas já conhece o seu destino.

Lá vai o boi –pintadinho...

E lá vai o boi
atravessando as ferrovias
nos vagões de ferro.
Vai carregado
de marcas pelo corpo
e agonia até a alma.

Levanta meu boi levanta
que é hora de viajar
acorda boi povo todo
povo e boi tem que lutar...

Levanta meu boi operário
boi do martírio e do salário
boi da enxada e do horário
boi da cangalha no pescoço
boi de carne, boi de osso
servindo o prato da serpente
boi da lama
boi do fosso
boi indgesto e indigente.

levanta meu boi de fardo
boi de cerca
boi de carga
boi de canga
boi de corda
boi de força
boi de farça
boi de farra
boi de forra
boi de festa
boi de ferro

levanta meu boi de sina
boi de pavio
espantalho
boi de pano
levanta meu boi de palha
boi de circo
boi de sonho
boi selvagem
boi de plano

levanta meu boi de barra
boi de birra
boi de barro
boi de berro.

Levanta meu boi pintado
homem palhaço mascarado
máscara de animal e desengano
mas homem nenhum desalmado
se mostrará com a nossa face
se cobrirá com os nossos panos

Levanta meu boi de prata
boi de prato
boi de pranto
boi de prego
boi de arame farpado
boi de carga e de arado
boi joão desempregado
de terno inferno e gravata
boi sem livro
boi sem ata
boi de safra
boi de cofre
boi de carta
boi de corte:
boi de carne ferida
mugindo de sul a norte,

boi que nasce pra vida
e a gente engorda prá morte.


Artur Gomes
In auto do Boi Pintadinho
Prêmio Mec - 1980

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

1º Festival Nacional de Cinema do IFF

gabriela azevedo - foto: artur gomes


 Você que produz vídeo com câmera celulares ou câmeras fotográficas digitais, ou pretende fazê-lo, agora você tem canal aberto para Mostrar a sua produção áudio visual:
       
Mostra de Curtas do IFF de 14 a 16 de março de 2012 no Campus Campos Centro, onde além de proporcionarmos visibilidade para um grande público para a sua produção, de acordo com a qualidade que ela atingir você poderá ser premiado no 1º Festival Nacional de Cinema do IFF, que acontecerá no período de 16 a 20 de abril de 2012.

Se o seu vídeo foi produzido entre os anos de 2010  a fevereiro de 2012, você poderá inscrevê-lo, enviando-o em arquivo AVI, MPEG ou DVD para Oficina Cine Vídeo do IFF – Rua Dr. Siqueira, 273 – Parque dom Bosco – Campos dos Goytacazes – RJ – cep. 28030-130 acompanhado da Ficha de Inscrição, até o dia 1º de Março de 2012.

Se você é aluno do IFF ou morador de Campos dos Goytacazes, poderá fazer a inscrição diretamente na Oficina Cine Vídeo. Lembramos ainda que a partir de abril de 2012 a Oficina Cine Vídeo do IFF estará aberta não só para estudantes do IFF , mas também para toda comunidade externa da cidade de
Campos dos Goytacazes interessada em ingressar nos mistérios da produção áudio visual.

Maiores informações:
Artur Gomes
Professor da Oficina Vne Vídeo
(22)9815-1266 begin_of_the_skype_highlighting            (22)9815-1266      end_of_the_skype_highlighting

Conta do face book artur.gumes@gmail.com fulinaimagem2

Ficha de Inscrição

Nome:­­­­­­­­­­­__________________________________________________

Título do Filme:____________________________________________
Categoria:  (   ) Câmera de Celular     (   ) Câmera Fotográfica Digital

Endereço:________________________________________________

Cidade: ___________________________Estado: ______________­­­__

Fone:______________________

e-mail______________________

Página na internet.:_________________________________________

Estudante:?_______(sim)             (não)

Se estudante -  Qual Instituição: ________________________________


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

programa 5 minutos - especial artur gomes


Programa 5 minutos – especial Artur Gomes, interpretando a poesia de Paulo Leminski. Vídeo produzido em Belo Horizonte pela Aliás Comunicação, Direção de Elias Kfouri

Poetas Velhos

Bom dia, poetas velhos.
Me deixem na boca
o gosto dos versos
mais fortes que não farei.

Dia vai vir que os saiba
tão bem que vos cite
como quem tê-los
um tanto feito também,
acredite.


Eu 


eu 
quando olho nos olhos 
sei quando uma pessoa 
está por dentro 
ou está por fora 

quem está por fora 
não segura 
um olhar que demora 

de dentro de meu centro 
este poema me olha


Ali

ali 
 
ali 
se 

se alice 
ali se visse 
quanto alice viu 
e não disse 

se ali 
ali se dissesse 
quanta palavra 
veio e não desce 

ali 
bem ali 
dentro da alice 
só alice 
com alice 
ali se parece

Paulo Leminski

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

se for poema fogo do desejo


lavra palavra

a lavra da palavra quero
quando for pluma
mesmo sendo espora
felicidade uma palavra
onde a lavra explora
se é saudade dói mas não demora
e sendo fauna linda como a flora
lua luanda vem não vá embora
se for poema fogo do desejo
quando for beijo
que seja como agora

arturgomes
pooema musicado e cantado por Paulo Ciranda

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Oficina Cine Vídeo – 19ª Semana do Saber Fazer Saber

Oficina Cine Vídeo – 19ª Semana do Saber Fazer Saber

SagaraNAgens Fulinaímicas
guima
meu mestre guima
em mil perdões
eu vos peço
por esta obra encarnada
nacarne cabra da peste
da hygia ferreira bem casta
aqui nas bandas do leste
a fome de carne é madrasta

ave palavra profana
cabala que vos fazia
veredas em mais sagaranas
a morte em vidas severinas
tal qual antropofagia
teu grande serTão vou cumer

nem joão cabral severino
nem virgulino de matraca
nem meu padrinho de pia
me ensinou usar faca
ou da palavra o fazer

a ferramenta que afino
roubei do meste drummundo
que o diabo giramundo
é o Narciso do meu Ser


Artur Gomes
http://goytacity.blogspot.com

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

a poesia do corpo em movimento

a poesia do corpo em movimento

injúria secreta


suassuna no teu corpo
couro de cor compadecida
ariano sábio e louco
inaugura em mim a vida

pedra de reino no riacho
gumes de atalhos na pedreira
menina dos brincos de pérola
palavra acesa na fogueira

pós os ismos tudo é pós
na pele ou nas aranhas
na carne ou nos lençóis
no palco ou no cinema
a palavra que procuro
é clara quando não é gema

até furar os meus olhos
com alguma cascata de luz
devassa em mim quando transcende
lamparina que acende
e transforma em mel o que antes era pus


arturgomes http://goytacity.blogspot.com

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

eco arte - para encantamento do mundo


Antologia Eco Arte
Org. Michele Sato – UFMT

Pontal Foto Grafia
1.       Aqui,
redes em pânico
pescam esqueletos no mar 
esquadras – descobrimento
espinhas de peixe 
convento
cabrálias esperas 
relento 
escamas secas no prato
e um cheiro podre no 
AR 

caranguejos explodem 
mangues em pólvora 
Ovo de Colombo quebrado
areia branca inferno livre
Rimbaud - África virgem – 
carne na cruz dos escombros
trapos balançam varais 
telhados bóiam nas ondas 
tijolos afundando náufragos 
último suspiro da bomba
na boca incerta da barra 
esgoto fétido do mundo
grafando lentes na marra
imagens daqui saqueadas 
Jerusalém pagã visitada 
Atafona.Pontal.Grussaí 
as crianças são testemunhas: 
Jesus Cristo não passou por aqui 

Miles Davis fisgou na agulha
Oscar no foco de palha 
cobra de vidro sangue na fagulha 
carne de peixe maracangalha 
que mar eu bebo na telha
que a minha língua não tralha? 
penúltima dose de pólvora
palmeira subindo a maralha
punhal trincheira na trilha
cortando o pano a navalha
fatal daqui Pernambuco 
Atafona.Pontal.Grussaí 
as crianças são testemunhas:
Mallarmè passou por aqui 

bebo teu fato em fogo 
punhal na ova do bar
palhoças ao sol fevereiro 
aluga-se teu brejo no mar 
o preço nem Deus nem sabre
sementes de bagre no porto
a porca no sujo quintal
plástico de lixo nos mangues 
que mar eu bebo afinal?

Artur Gomes
In carNAvalha Gumes

sábado, 3 de dezembro de 2011

Riverdies – Arte Une – Sesc Niterói

fil buc - foto: artur gomes

 A banda carioca Riverdies, faz show imperdível dia 7 de dezembro no evento Arte Une, no Sesc Niterói – Rua Anchieta, 56.


Tecidos sobre a pele

Terra,
antes que alguém morra
escrevo prevendo a morte
arriscando a vida
antes que seja tarde
e que a língua
da minha boca
não cubra mais tua ferida

entre/aberto
em teus ofícios
é que meu peito de poeta
sangra ao corte das navalhas
e minha veia mais aberta
é mais um rio que se espalha

amada de muitos sonhos
e pouco sexo
deposito a minha boca no teu cio
e uma semente fértil
nos teus seios como um rio
o que me dói é ter-te
devorada por estranhos olhos
e deter impulsos por fidelidade

ó terra incestuosa
de prazer e gestos
não me prendo ao laço
dos teus comandantes
só me enterro à fundo
nos teus vagabundos
com um prazer de fera
e um punhal de amante

minha terra
é de senzalas tantas
enterra em ti
milhões de outras esperanças
soterra em teus grilhões
a voz que tenta – avança
plantada em ti
como canavial que a foice corta
mas cravado em ti
me ponho a luta
mesmo sabendo  - o vão
estreito em cada porta

Moenda

usina
mói a cana
o caldo e o bagaço
usina
mói o braço
a carne o osso
usina
mói o sangue
a fruta e o caroço
tritura suga      torce
dos pés até o pescoço

e do alto da casa grande
os donos do engenho controlam
: o saldo e o lucro

arturgomes