quarta-feira, 30 de novembro de 2011

jura secreta 31

louise marrie - foto: Plural Build

te amo
e amor não tem nome
pele ou sobrenome
não adianta chamar
quando se quer
porque tem seus próprios códigos
e segredos
mas não tenha medo
pode doer pode sangrar
e ferir fundo
mas é razão de estar no mundo
nem que seja por segundo
por um beijo mesmo breve
porque te amo
na mar no sal no sol na neve

arturgomes

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

o mundo ronca


entre o que fala
e cala
a cara
abre-se
dentro da
madrugada
desperta
aperta o nó
e segue
alerta
contra o som
do que não veio
o silêncio
grita entre
a janela e a porta
e no quintal dos fundos
o mundo ronca
sobre tudo
aquilo
que não tenho

arturgomes

terça-feira, 22 de novembro de 2011

19ª Semana do Saber Fazer Saber

vídeo produzido na Oficina Cine Vídeo - IFF Campus Campos - Centro

a lavra da palavra quero
video com poesia de Artur Gomes e trilha sonora de Adriana Calcanhoto. Filmado em Cabo Frio e Rio de Janeiro – janeiro de 2010

tô te esperando
vídeo com trilha sonora de Cassia Eller com roteiro de direção de Artur Gomes

Mini Curso – Mostra de Curtas – Cine Vídeo
Dia 25 das 14 às 18:00h
Bloco A – Sala 127
IFF Campus Campos - Centro

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

“K” e a dor sem remédio de uma ausência sem fim



‘K’, o romance-testemunho de Bernardo Kucinski, é uma narrativa de vertigem, escrita de forma pungente e avassaladora. Mais que um grito de dor e revolta, mais que um uivo inconformado, é um lento, sossegado, estonteante lamento. O livro fala de uma falta, fala da carência dessa vida ceifada, seqüestrada, sumida. E é essa falta que se estende ao leitor, ao passado, à memória. Um lamento perene, porque não há nem haverá final para esse vazio. O artigo é de Eric Nepomuceno.

A produção literária brasileira – tanto a de ficção como a testemunhal – sobre os anos de breu da ditadura militar é, na verdade, escassa. Se comparada à produção de países vizinhos, como a Argentina, o Chile e o Uruguai, torna-se mais escassa ainda, principalmente se for levado em conta que, apesar da barbárie ter sido maior, nesses três países os regimes militares tiveram duração menor. É como se os escritores brasileiros não encontrem matéria prima nesse passado tão recente e escuro. 

Há livros – poucos – que aliam alta qualidade do texto à profunda e comovedora honestidade do relato. Penso, especialmente, em ‘Memórias do Esquecimento’, de Flávio Tavares, ou ‘Uma tempestade como a sua memória’(ambos publicados pela editora Record), em que Martha Vianna traça um delicado e certeiro perfil biográfico de Maria do Carmo Britto, a primeira mulher a ocupar um posto de mando numa organização da resistência armada (a mesma, aliás, à qual pertenceu Dilma Rousseff). 

Há outros em que a indiscutível qualidade do texto mascara o pouco respeito pelo que efetivamente ocorreu, e o afã de protagonismo de seus autores, que se arvoram de façanhas que jamais realizaram, distorce e enfraquece o relato. Há também aqueles nos quais a fidelidade aos fatos não é correspondida pela qualidade do texto, e que por isso mesmo se tornaram desinteressantes. Enfim, há de tudo – mas em poucos livros.

É nesse cenário que surge ‘K’, o romance-testemunho de Bernardo Kucinski, lançado pela Expressão Popular. E se logo de saída a própria estrutura proposta para a narrativa surpreende e impacta, é aos poucos, conforme desfia o longo e dolorido rosário da memória, que ‘K’ alça vôo e ganha força e espaço. 

Na abertura, Kucinski esclarece que ‘tudo neste livro é invenção, mas quase tudo aconteceu’. A partir daí, o autor dá voz à memória, e conta o que conta seguindo os passos erráticos das lembranças, que nunca surgem – como, aliás, na vida real – em ordem rigorosamente cronológica, e muito menos com precisão absoluta. 

A narrativa lança mão de vários recursos literários, a começar por concentrar num personagem determinado – o ‘K’ do título – vários outros, inclusive o próprio autor. A busca desesperada primeiro, furiosa depois, serena mais tarde, porém perene, absolutamente perene, de um pai pela filha seqüestrada e desaparecida pelo terrorismo de Estado que imperou no Brasil durante muito mais tempo, e de maneira muito mais profunda do que se acredita (e se quer fazer acreditar) nos conduz, nos torna acompanhantes e testemunhos dos andares e desandares de ‘K’. E é essa angustiada – e inútil – saga que surge dos lampejos de memória que aparecem desordenados, na tentativa de conseguir enfim entender o que aconteceu, como aconteceu, quando aconteceu. E, ao mesmo tempo, abre portas e brechas para que saltem à luz personagens daquele tempo, deste nosso tempo, com seu inventário de dores e amputações, com suas cicatrizes na alma. 

Ana Rosa Kucinski e seu marido, Wilson Silva, militantes da ALN, foram seqüestrados e desaparecidos numa noite de abril de 1974. Sumiram no ar sem deixar rastros. Ao narrar como o pai de Ana Rosa começa a buscar a filha, Bernardo Kucinski constrói um antes e um depois dessa história trágica. O antes é o antes, é a presença de sua irmã Ana Rosa. E o depois? Bem, o depois é a perversa, a dramática comprovação de que é justamente a presença dessa ausência que se tornou e se tornará permanente, irremediavelmente permanente. Ana Rosa jamais apareceu. A ausência de Ana Rosa jamais deixa de estar presente.

‘K’ é uma narrativa de vertigem, escrita de forma pungente e avassaladora. Mais que um grito de dor e revolta, mais que um uivo inconformado, é um lento, sossegado, estonteante lamento. O livro fala de uma falta, fala da carência dessa vida ceifada, seqüestrada, sumida. E é essa falta que se estende ao leitor, ao passado, à memória. Um lamento perene, porque não há nem haverá final para esse vazio.

sábado, 19 de novembro de 2011

conexões urbanas



Hoje mais uma edição do projeto Conexões Urbanas no Colégio Estadual Paulo Barroso, uma realização do Sesc Ri0 com execução do Sesc  Campos, com Oficinas de Skate, Graffiti, Street Dance, Street Ball e Cine Vídeo. Conexões Urbanas tem coordenação de Heloisa Landin e produção de Nelson Martins.

Com os professores: Jorginho(basquete), Luciano Paes(skate), Tim Carvalho(dança), Jhony Nunes(graffiti) e Artur Gomes(cine vídeo). 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

jazz free som balaio

Hoje, quinta 17, estarei ao lado do meu parceiro Dizzy Ragga, no Arpex no show de pré-lançamento do seu EP Equalizando, contando com as participações Fabian Ifrikan, Ka Preta, LucDubWise, Banda Força Viva e DJ Tago, a partir das 23:00hs. E dia 4 de dezembro estaremos no Sesc Campos, com um Desafio de Rima, além de uma Mostra de Curtas Urbanos dentro do projeto Encontro dos Radicais Livres.




Jazz Free Som Balaio

ouvidos negros Miles trumpete nos tímpanos
era uma criança forte como uma bola de gude
era uma criança mole como uma gosma de grude
tanto faz quem tanto não me fez
era uma ant/Versão de blues
nalguma nigth noite uma só vez

ouvidos black rumo premeditando o breque
sampa midnigth ou aversão de Brooklin
não pense aliterações em doses múltiplas
pense sinfonia em rimas raras
assim quando desperta do massificado
ouvidos vais ficando dançarina cara
ao Ter-te Arte nobre  minha musa Odara

ao toque dos tambores ecos sub/urbanos
elétricos negróides urbanóides gente
galáxias relances luzes sumos prato
delícias de iguarias que algum Deus consente
aos gênios dos infernos
que ardem gemem Arte
misturas de comboios das tribos mais distantes
de múltiplas metades juntas numa parte

Artur Gomes
Para Moacy Cirne
gravada no CD fulinaíma sax blues poesia

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

no meio do caminho tinha uma pedra



"No meio do caminho" é o que se pode chamar de poema-escândalo. Publicado pela primeira vez na modernista Revista de Antropofagia, em 1928, deflagrou uma saraivada de críticas na imprensa. 

Violentos, irônicos, corrosivos, os críticos simplesmente desancavam o autor dos versos e diziam, em suma, que aquilo não era poesia.

Reacionários e gramatiqueiros, eles se sentiam provocados pelas repetições do poema e pelo "tinha uma pedra" em lugar de "havia uma pedra". 

Em 1967, para marcar os 40 anos do poema, Drummond reuniu o extenso material publicado sobre ele no volume Uma Pedra no Meio do Caminho -- Biografia de um Poema (Editora do Autor).  

Vale aqui fazer apenas uma pergunta. Havia milhares de poemas modernistas que a crítica conservadora achava ruim ou desqualificava como literatura.

Por que, então, detonaram todas as suas baterias contra a pedra no caminho?

Seria talvez pelo fato de que Drummond — o mais completo modernista — pôs realmente o dedo na ferida e incomodava mais?


no meio do caminho


No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.



Carlos Drummond de Andrade



 In Alguma Poesia
Ed. Pindorama, 1930
© Graña Drummond



Fonte: http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond04.htm


oficina cine vídeo IFF - Câmpus Campos - Centro


Janela Indiscreta - oficina cine video IFF 

estamos desenvolvendo com os alunos da Oficina Cine Vídeo no IFF Campus Campos – Centro, um exercício com o OLHAR sobre as janelas, os corredores e o entorno do próprio ambiente onde eles permanecem durante o seu período escolar. Começamos também a exercitar o OLHAR sobre a própria Arte, e o conceito e a importância que cada um a percebe em sua vida.

Nestes vídeos acima, os alunos entrevistam o Professor  Diomarcelo Pessanha sobre o seu conceito de fotografia, e através de uma Janela Indiscreta captam imagens da vida cotidiana do IFF ao som do cantor e gaitista Brasiliense Engels Espíritos. No momento todos os alunos que freqüentam a Oficina Cine Vídeo são também alunos da Oficina de Fotografia. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

babel poética 4

 dois poemas de Artur Gomes, Baby é Cadelinha e Quero Mais a CarNAvalha, estão publicados na Babel Poética 4, uma das melhores revistas eletrônicas de poesia contemporânea brasileira.

eu quero mais a carnavalha


me encanta mais teus olhos
que o plano piloto de brasília
o palácio do planalto o alvorada
me encanta mais as mãos da namorada
que a bandeira do brasil
o céu de anil a tropicalha
quero muito mais a carnavalha
do que a palavra açucarada
quero a palavra sal do suor da carne bruta
a flor de lótus do cio da fruta
mesmo quando for somente espinhos
me encanta os pés que a lata chuta
por entender que a vida é luta
e abrir novos caminhos
me encanta mais na lama o lírio
a flor do láscio
os olhos da minha filha
que o ouro dessas quadrilhas
que habitam esses palácios


Esta edição de Babel Poética tem como tema norteador para seleção dos textos a ideia de um “eu” poético presente nos poemas. Desse modo, vai-se dum “eu” poético egocentrado, que não se ocupa com essa questão, típico de muito do que se faz na poesia contemporânea, a outros em que ela é problemática, ecoando Rimbaud e reflexão. A esses somam-se poemas em que esse “eu” não se espelha apenas em si mesmo, mas também em “outros”, ou no “outro”, colocando o escritor em confronto social na medida em que esse “eu” existe porque há um “outro”. E é esse “outro”, como um ponto do teatro, que dá o mote para o poema se fazer, rompendo a esquizofrenia egótica e se abrindo para a complexidade das relações sociais, expondo um país obscuro, cuja miséria começa em casa e continua nas ruas, e no qual se pode ter no “outro” não apenas o diverso, mas o adversário, como uma cobra pronta para picar.

clic o linc abaixo e confira a babel poética

conexões urbanas sesc campos



a partir deste sábado 12 de novembro o projeto conexões urbanas, realizado pelo Sesc Rio através da sua unidade de Campos estará sendo realizado na Escola Paulo Barroso em Goytacazes, com Oficinas de Graffiti, Skate, Street Ball e Street Dance, todos os sábados sempre das 14 as 17hs, até o sábado dia 3 de dezembro. O encerramento do conexões urbanas este ano,  se dará na unidade do Sesc Campos, na Av. Alberto Torres no dia 4 de dezembro com a programação abaixo:


 9h as 12h –Pista livre de skate com apresentação das equipes das cidades –Ginásio
11h as 14h -Desafio de Rimas espaços da Unidade
12h as 14hCampeonato municipal de basquete de rua – ginásio
13h as 14h –Mostra de curtas urbanos –espaço multimídia
11h as 13h –Open House de graffiti área de lazer próximo a sala do esporte
11h  as 14h Open House de Hip Hop e dança de rua espaço plural

fulinaimicamente


este vídeo com poema de Artur Gomes, musicado e cantado por Naiman, realizado na cidade gaúcha de Bento Gonçalves durante a programação do Congresso Brasileiro de Poesia, será exibido na Mostra de Curtas Urbanos, dia 4 de dezembro das 13 às 114hs no Sesc Campos, dentro da programação do projeto Radicais Livres fazendo o encerramento do projeto Conexões Urbanas, que durante o ano percorreu 8 Cieps na periferia da cidade de Campos dos Goytacazes.

do som dessa palavra
nasce uma outra palavra
fulinaimicamente
no improviso do repente
do som dessa palavra
nasce uma outra palavra
fulinaimicamente
brasileiro sou bicho do mato
brasileiro sou pele de gato
brasileiro mesmo de fato
yauaretê curumim carrapato
em rio que tem piranha
jacaré sarta de banda
criolo tô na umbanda
índio fui dentro da oca
meu destino agora traço
dentro da aldeia carioca
Jackson do Pandeiro
Federico Baudelaire
nas flores do mal me quer
Artur Rimbaud na festa
de janeiro a fevereiro
itamar da assunção
olha aí Zeca Baleiro
no olho do mundo
no olho do mundo cão

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

kilombo XXI DIA 20 DE NOVEMBRO EM DIADEMA SP AS 17:00






KILOMBO É UM LUGAR ONDE ESTÃO TODOS OS LUGARES DO UNIVERSO, É UM LUGAR ONDE NÃO EXISTE PORTAS OU JANELAS, UM LUGAR DE TODOS OS TIPOS DE GENTE, UM LUGAR ONDE A LIBERDADE NO SEU SENTIDO MAIS PLENO FEZ MORADA,ONDE O TEMPO É O SENHOR DE TODAS AS COISAS ,É NOSSO LUGAR.
KILOMBO XXI, DIA 20 DE NOVEMBRO NA PRAÇA DA MOÇA EM DIADEMA SP AS 17 :H00

terça-feira, 8 de novembro de 2011

entredentes 3



entredentes 3

olhei a cara do tempo
ela estava fechada
não me dizia nada
pensei as sagaranagens
que o tempo fazia comigo
peguei do tempo o umbigo
cortei na ponta da faca
e a tua cara de vaca
sangrei sem nenhum remorso
porque isso o tempo n]ao tem
agora o tempo sorri
me mostra os dentes de boca
e tua cara de louca
é a minha cara também

arturgomes

Medicina que bate um bolão



Drs.Andre_Marcos__3_.jpgO jogador de futebol Arthur Antunes Coimbra, ou melhor, o Zico, teve sua brilhante carreira esportiva arrasada por torções nos seus dois joelhos, junto com outros problemas acarretados por uma falta grave que recebeu em uma partida pelo seu time do coração, o Flamengo. Na época, a Ortopedia e Traumatologia não possuíam os avanços que hoje possuem. Eles possibilitam, por exemplo, um jogador como Paulo Henrique Ganso, do Santos, sofrer problemas semelhantes ou piores que o de Zico na atualidade e, mesmo assim, permitir que o atleta continue demonstrando seu talento em campo, sem maiores preocupações.

Esse exemplo de avanço na Ortopedia e Traumatologia, citado pelos Drs. André Vieira Bousquet e Marcos Vieira Bousquet, à equipe de reportagem do Mania de Saúde, reflete a forma como a pesquisa científica vem elevando a especialidade médica a altos patamares. Isso faz com que os médicos precisem estar sempre realizando cursos de atualização, pois só assim os avanços podem ser traduzidos em resultados cada vez mais positivos aos pacientes, como explicam os próprios doutores. "Hoje em dia, o conhecimento científico é muito grande, e estar antenado ao que ditam as principais pesquisas do mundo é de suma importância para o profissional médico. Afinal, o procedimento que é realizado hoje talvez não seja o mesmo de amanhã. Não adianta ter uma boa formação se não tiver também constante atualização", relatam.

Ortopedistas e traumatologistas, membros da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Dr. André e Dr. Marcos Vieira Bousquet são exemplos dessa questão. Dr. André é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Joelho (SBCJ), especialista em Cirurgia do Joelho pelo INTO-HTO, pós-graduado em Medicina do Esporte, professor da Faculdade de Medicina de Campos e fez estágio em cirurgia do joelho em Lyon, na França. Já Dr. Marcos é especialista em Cirurgia do Joelho pelo INTO-HTO, professor da Faculdade de Medicina de Campos (FMC) e possui estágios em Cirurgia do Joelho no Hospital Pitie-Salpetriere em Paris, na França, e no Joint Replacement Center, em Sidney, Austrália.

A experiência adquirida com as especializações e, principalmente, com os estágios no exterior, segundo eles, é fator importante para o sucesso de suas atividades. "O aprimoramento profissional, sobretudo na medicina, é fundamental. Esses estágios no exterior nos colocam em contato com os maiores centros formadores de opinião do mundo, dentro da área em que atuamos. Estamos sempre tendo acesso às pesquisas científicas mais recentes, mais avançadas. A medicina é dinâmica, e acompanhar esse dinamismo é papel de todo profissional da saúde", frisaram.

Lapidar o conhecimento adquirido nos bancos da faculdade vida afora, como se vê, deve se tornar uma das principais preocupações do médico em formação. Conhecimento nunca é demais. E quem ganha, no final das contas, não são apenas os profissionais de medicina. Mas a própria sociedade.



Redação
maniadesaude@jornalmaniadesaude.com.br

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

a cena negra brasileira

primeira festa de ragga em campos

kilombo XXI



Ao toque do tambor, encantada pela sinergia dos orixás, a diáspora africana ainda hoje sustenta nossos fundamentos neste mundo sempre novo. Demarca nossas referências através dos ensinamentos dos quilombolas de Zumbi, mas também de Ganga Zumba, Dandara, Manoel Congo de Solano Trindade e outros homens e mulheres afrodescendentes. Tão fortes, tão modernos, tão importantes, que suas ideias e ações povoam ainda nosso imaginário e nossa realidade.  Trafegando por essas imensas infovias, estradas carroçáveis do mundo atual, Zumbi prossegue em seu levante, fazendo circular a possibilidade de trocas constantes, universalizando a natureza multicultural de nossa matriz africana, impondo-se no século XXI como uma forma agregadora capaz de sobreviver ao tempo. E, para além de impregnar o cenário cultural atual, capaz de dar continuidade à incrível saga de Palmares, distribuindo, lá adiante, numa espiral infinda de fé, generosidade, transformação e liberdade para todos, sempre. Axé, Zumbi.

KILOMBO XXI
ALDEIA GRANDE
MARKO ANDRADE


terça-feira, 1 de novembro de 2011

VeraCidade





veraCidade

porque trancar as portas 
tentar proibir as entradas
se eu já habito os teus cinco sentidos
e as janelas estão escancaradas?
um beija flor risca no espaço
algumas letras de um alfabeto grego
signo de comunicação indecifrável
eu tenho fome de terra
e este asfalto sob a sola dos meus pés:
agulha nos meus dedos

quando piso na Augusta
o poema dá um tapa na cara da Paulista
flutuar na zona do perigo
entre o real e o imaginário:
João Guimarães Rosa Martins Fontes Caio Prado
um bacanal de ruas tortas
eu não sou flor que se cheire
nem mofo de língua morta
o correto deixei na cacomanga
matagal onde nasci
com os seus dentes de concreto
São Paulo é quem me devora
e selvagem devolvo a dentada  
na carne da rua aurora


Jura Secreta 18

te beijo vestida de nua
somente a lua te espelha
nesta lagoa vermelha
porto alegre caís do porto
barcos navios no teu corpo
peixes brincam no teu cio
nus teus seios minhas mãos

e as rendas íntimas que vestias
sobre os teus pêlos ficção
todos os laços dos tecidos
e aquela cor do teu vestido
a pura pele agora é roupa
e o baton da tua boca
e o sabor da tua língua
tudo antes só promessa
agora hóstia entre os meus dentes
para espanto dos decentes
te levo ao ato consagrado

se te despir for só pecado
é só pecar que me interessa

arturgomes