eu te desejo flores
lírios brancos margaridas
girassóis
rosas vermelhas
e tudo quanto pétala
asas estrelas borboletas
alecrim bem-me-quer e alfazema
eu te desejo emblema
deste poema desvairado
com teu cheiro
teu perfume
teu sabor, teu suor
tua doçura
e na mais santa loucura
declarar-te amor até os ossos
eu te desejo e posso
palavrarte até a morte
enquanto a vida nos procura
(artur gomes)
Maria Cecília e Patrick Nogueira - na Oficina de Produção de Vídeo
Projeto: Do Ponto de Vista dos Jovens A Cidadania e o Modo de Vida em São João da Barra - Projeto de Pesquisa/FAPERJ - Projeto de Extensão/UENF - Programa Jovem Cientista -Juventude e Desenvolvimento no Norte Fluminense: um estudo sobre os impactos do empreendimento do Porto do Açu. ( FAPERJ)
Coordenação do Projeto: Drª Wania Mesquita
Direção da Oficina de Produção de Vídeo: Artur Gomes
Jura Secreta 34
te amo e amor não tem nome pele ou sobrenome não adianta chamar que ele não vem quando se quer porque tem seus próprios códigos e segredos mas não tenha medo pode doer pode sangrar e ferir fundo mas é razão de estar no mundo nem que seja por segundo por um beijo mesmo breve porque te amo no sol no sal no mar na neve
MANÉ GARRINCHA UM CRAQUE DO RISO Por Almandrade (para lembrar os 80 anos do palhaço da bola) O personagem mais singular da história do futebol, Mané Garrincha, não era um atleta, talvez um artista, com certeza um craque da humildade, virtuoso e estilista, que encontrou no drible uma forma de encantar a vida. Mais do que um jogador genial, ele transformou o futebol num espetáculo delirante cujo objetivo principal não era ganhar ou perder, e sim o riso. O próprio declara numa entrevista: “Para ser sincero eu preferia driblar a fazer gol, mas como a única maneira de ganhar os jogos era colocando a bola na rede, de vez em quando eu fazia meus golzinhos”. Quando Garrincha jogava o estádio parecia mais um teatro ou um circo. Chamou a atenção do mundo com seus dribles precisos e desconcertantes, improvisados na hora certa de suas pernas tortas que bailavam contrariando a anatomia, um Charlie Chapin alegrando multidões. Sempre cordial e imarcável, ingênuo até. Deixava o marcador perdido, sem saber o que fazer no gramado, era certo sua passagem pela direita, mas ninguém tinha certeza do momento. Para as torcidas que não economizavam gargalhadas, até mesmo a adversária, não interessavam mais o resultado do jogo, e sim contemplar o show do craque. Um “santo do riso”, alegria dos que tiveram o privilégio de assisti-lo. “Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas”, palavras do poeta maior Carlos Drummond de Andrade. Garrincha foi um caso aparte, uma exceção. Sua relação poética e lúdica com a bola era de um deus brincando com o mundo para divertir seus santos. Na elegante crônica do escritor, dramaturgo e jornalista esportivo Nélson Rodrigues, Garrincha não precisava pensar: “Tudo nele se resolve pelo instinto, pelo jato puro e irresistível do instinto. E, por isso mesmo, chega sempre antes, sempre na frente, porque jamais o raciocínio do adversário terá a velocidade genial do seu instinto”. Um bailarino? Desafiou, subverteu as concepções do futebol europeu e solicitou do espectador outra atenção e sensibilidade para o jogo. Mané é uma referência inédita para um futebol que não mais existe. Jogar bola para ele era uma forma de encarar a vida, não importava a partida, fosse da copa do mundo ou uma pelada entre amigos, o prazer era o mesmo. E a vida, é uma brincadeira que passa rápido, como passou a agilidade de suas pernas, vencido pelo cansaço, pela boemia e pelo álcool, a alegria foi finalizada pelo apito do tempo. “A tristeza não tem fim, felicidade sim.” diz a indiscutível perfeição da voz de João Gilberto na brilhante interpretação da canção de Tom e Vinícius. Almandrade (artista plástico, poeta e arquiteto) edicaolimitadadegravuras.com.br/almandrade.html
Prezado,
o coordenador do NAC (Núcleo Artístico e Cultural) da FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso) Sady Bianchin, tem o prazer de convidá-lo para o coquetel de abertura do projeto "Rio de Versos- II Mostra Brasileira de Poesia" dia 30 /10 às 18h na biblioteca da Facha, (Rua Muniz Barreto, 51 Botafogo) com a exposição “Experimentalidades Idiossincréticas” de Tchello d'Barros.
Atenciosamente
Natalia Lessa
NAC FACHA
com os dentes cravados na memória soletro teu nome i t a b i r a pedra que brilha em minha carne encravada dentro a terra no silêncio absoluto santa ira santa quando berra em tudo que se encerra no cerne do minério bruto Artur Gomes www.artur-gomes.blogspot.com
Jura Não Secreta
quero dizer que ainda arde tua manhã em minha tarde a tua noite no meu dia tudo em nós que já foi feito com prazer ainda faria quero dizer que ainda é cedo ainda tenho um samba/enredo tudo em nós é carnaval é só vestir a fantasia quero ser teu mestre/sala e você porta/bandeira quando chegar na quarta-feira a gente inventa outra fulia.
Artur Gomes
www.pelegrafia.blogspot.com
o amor não apenas uma nome que anda por sobre a pele um dia falo letra por letra no outro calo fome por fome é que a flor da tua pele consome a pele do meu nome artur gomes www.artur-gomes.blogspot.com
Jura Secreta 54
moro no teu mato dentro não gosto de estar por fora tudo que me pintar eu invento como o beijo no teu corpo agora desejo-te pelo menos enquanto resta partícula mínima micro solar floresta sendo animal da mata atlântica quântico amor ou meta física tudo que em mim não há respostas metáfora d´alquimim fugaz brazílica beijo-te a carne que te cobre os ossos pele por pele pelas tuas costas
os bichos amam em comunhão na mata como se fosse aquela hora exata em que despes de mim o ser humano
e no corpo rasgamos todo pano e como um deus pagão pensamos sexo.
artur gomes
www.tvfulinaima.blogspot.com
em frente em mim agora montanhas por trás dos edifícios a lírica passeia lá fora foi dar um mergulho entre as aves que despertam meu sentido pássaro para que mesmo entre um vôo e outro não tire os meus pés do chão
Jogo de Búzios
Ogum não permitiu que Iansã doasse o coração para xangô e deu-se num trovão pela manhã o seu amor Oxossi em cada um Exu de sangue e ferro então mandou cortar meu coração em mais pedaços assim se fez sem nenhum berro por isso tens-me aqui entre os seus braços oxalá então cantou vendo a magia fez a terra estremecer de africania América quem sabe porque canto de alegria quando choram nos meus olhos todos mares da Bahia fazendo um doce mar ficar Oxum um velho doce mar ficar Oxum
1º Vídeo do Circuito 4° Circuito Cultural de Arte Entre Povos Fragmentos de Atividades realizadas nos dias 9 e 10 de agosto de 2013 no Centro Cultural Luciano Bastos em Bom Jesus do Itabapoana-RJ http://www.youtube.com/watch?v=grDV_IoNHxc&feature=youtu.be
devemos não ter pressa a lâmina acesa sob o esterco de Vênus onde me perco mais me encontro menos
de tudo o que não sei só fere mais quem menos sabe sabre de mim baioneta estética cortando os versos do teu descalabro
visto uma vaca triste como a tua cara estrela cão gatilho morro: a poesia é o salto de um vara
disse-me uma vez só quem não me disse ferve o olho do tigre enquanto plasma letal a veia no líquido do além cavalo máquina meu coração quando engatilho
devemos não ter pressa a lâmina acesa sob os demônios de Eros onde minto mais porque não veros
fisto uma festa mais que tua vera cadela pão meu filho forro: a poesia é o auto de uma fera
devemos não ter pressa a lâmina acesa sob os panos quem incesta ? perfume o odor final do melodrama
sobras de mim papel e resma impressão letal dos meus dedos imprensados misto uma merda amais que tua garra panela estrada grão socorro: a poesia é o fausto de uma farra
Pontal Foto Grafia
Aqui,
redes em pânico
pescam esqueletos no mar
esquadras - descobrimento
espinhas de peixe convento
cabrálias esperas
relento
escamas secas no prato
e um cheiro podre no
AR
caranguejos explodem mangues em pólvora
Ovo de Colombo quebrado
areia branca inferno livre
Rimbaud - África virgem
carne na cruz dos escombros
trapos balançam varais
telhados bóiam nas ondas
tijolos afundando náufragos
último suspiro da bomba
na boca incerta da barra
esgoto fétido do mundo
grafando lentes na marra
imagens daqui saqueadas
Jerusalém pagã visitada
Atafona.Pontal.Grussaí
as crianças são testemunhas:
Jesus Cristo não passou por aqui
Miles Davis fisgou na agulha
Oscar no foco de palha
cobra de vidro sangue na fagulha
carne de peixe maracangalha
que mar eu bebo na telha
que a minha língua não tralha?
penúltima dose de pólvora
palmeira subindo a maralha
punhal trincheira na trilha
cortando o pano a navalha
fatal daqui Pernambuco
Atafona.Pontal.Grussaí
as crianças são testemunhas:
Mallarmè passou por aqui.
bebo teu fato em fogo
punhal na ova do bar
palhoças ao sol fevereiro
aluga-se teu brejo no mar
o preço nem Deus nem sabre
sementes de bagre no porto
a porca no sujo quintal
plástico de lixo nos mangues
que mar eu bebo afinal?
terra de santa cruz
ao batizarem-te deram-te o nome: posto que a tua profissão é abrir-te em camas dar-te em ferro ouro prata rios peixes minas mata deixar que os abutres devorem-te na carne o derradeiro verme
salgado mar de fezes batendo na muralhas do meu sangue confidente quem botou o branco na bandeira de alfenas só pode ser canalha na certa se esqueceu das orações dos penitentes e da corda que estraçalha com os culhões de tiradentes
salve lindo pendão que balança entre as pernas abertas da paz tua nobre sifilítica herança dos rendez-vous de impérios atrás
meu coração é tão hipócrita que não janta e mais imbecil que ainda canta: ou viram no ipiranga às margens plácidas uma bandeira arriada num país que não levanta
só desfraldando a bandeira tropicalha é que a gente avacalha com as chaves dos mistérios dessa terra tão servil tirania sacanagem safadeza tudo rima uma beleza com a pátria mãe que nos pariu
bem no centro do universo te mando um beijo ó amada enquanto arranco uma espada do meu peito varonil espanto todas estrelas dos berços do eternamente pra que acorde toda essa gente deste vasto céu de anil pois enquanto dorme o gigante esplêndido sono profundo não vê que do outro mundo robôs te enrabam ó mãe gentil
telefonaram-me avisando-me que vinhas na noite uma estrela ainda brigava contra a escuridão na rua sob patas tombavam homens indefesos esperei-te 20 anos ate hoje não vieste à minha porta
o poeta estraçalha a bandeira raia o sol marginal quarta feira na geléia geral brasileira o céu de abril não é de anil nem general é my brazil minha verde/amarela esperança portugal já vendeu para frança e coração latino balança entre o mar do dólar do norte e o chão dos cruzeiros do sul
o poeta esfrangalha a bandeira raia o sol marginal sexta feira nesta porra estrangeira e azul que há muito índio dizia:
meu coração marçal tupã sangra tupy & rock and roll meu sangue tupiniquim em corpo tupinambá samba jongo maculelê maracatu boi bumbá a veia de curumim é coca cola & guaraná
o sangue rola no parque o sonho ralo no tanque nada a ver com tipo dark e muito menos com punk meu vício letal é baiafro com ódio mortal de yank
Às vezes, pequenos grande terremotos Ocorrem do lado esquerdo do meu peito.
Fora, não se dão conta os desatentos.
Entre a aorta e a omoplata rolam alquebrados sentimentos.
Entre as vértebras e as costelas há vários esmagamentos.
Os mais íntimos já me viram remexendo escombros. Em mim há algo imóvel e soterrado Em permanente assombro.
Affonso Romano de Sant´Anna Poesia do Brasil – Vol. 17 Ed. Grafite – XXI Congresso Brasileiro de Poesia Bento Gonçalves-RS – Outubro 2013
Enredo para quarta-feira
claro como ver o sol que brinca feito um gato na contradança real da cidade escarrando na manhã dos favelados: brilhos e bactérias.
calma na manhã verde-rosa acossada aos tapumes, e as cinzas sob o claro e o teto sobre a cara amanhecendo os pandeiros, silenciando os enredos: ali,
na revanche dos olhos, entre ar- canos e pipas-alarde o vento alude uma pavana para Cartola.
e novamente haverá salários baixos, fome, sangue e paciência, até o próximo carnaval? Salgado Maranhão do livro A Cor da Palavra Prêmio da Academia Brasileira de Letras - 2011com
fosse esta menina Monalisa ou se não fosse apenas brisa diante da menina dos meus olhos com esse mar azul nos olhos teus
não sei se MichelÂngelo Da Vinci Dalí ou Portinari te anteviram no instante maior da criação pintura de um arquiteto grego quem sabe até filha de Zeus
e eu Narciso amante dos espelhos procuro um espelho em minha face para ver se os teus olhos já estão dentro dos meus artur gomes http://juras-secretas.blogspot.com