Fulinaíma produções
Lilia Diniz na 7ª FELIZ –
São Luís - Maranhão
Usina
mói a cana
o caldo e o bagaço
Usina
mói o braço
a carne o osso
Usina
mói o sangue
a fruta e o caroço
tritura torce suga
dos pés até o pescoço
e do alto da casa grande
os donos do engenho
controlam: o saldo e o lucro
Artur Gomes
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Fulinaíma Produções – Cine Vídeo Teatro Poesia
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aqui não mais aqui
(uma fímbria)
(uma face)
(uma frase)
nem tudo o que sabemos
linguagem
nem tudo o que resta
: o pousar que recolhe
o que existe (a obscura mistura)
viver significa
e é tudo
sobretudo
Aricy Curvello
Do livro: 50 Poemas Escolhidos Pelo Autor
imagem henrygGrossman
os caramujos gritam
nos mamoeiros
do quintal
sabem
que sou eu
que me aproximo
nem humano
nem cruel:
apenas limpo
de faca
em punho
(enferrujada)
em silêncio
como deve ser
um assassino
alguns apenas
olham e resmungam
antes da queda
outros sussurram
numa língua
de sibilas
sou o ponto cego
no amarelo
do quintal
entre pedras
vou abrindo
suas almas
carlos moreira
um poema para ana elisa
eu pesquei o céu
não dos anjos e santos
o céu dos poetas
que é bem mesclado mesmo
de infernos
*líria porto
(para Ana Elisa Ribeiro e Adriane Garcia)
Vitrine contra ignorância
(Para Pat Lau)
Minha pele não é branca
Minha pele não é preta
Minha pele não é amarela
Minha pele é transparente
Para que possas ver
Meu sangue
Vermelho
Minhas vísceras
Iguais às tuas
Meus ossos propensos
A osteoporoses
Meu raio x
Da mesma tua
Fragilidade.
Adriane Garcia
Poetria
poema é face descoberta
de tudo que pulsa
poema é atitude permanente
em tudo que passa
(que massa)
Lau Siqueira
In Poesia Sem Pele
Reynaldo Bessa - fotografado
por artur gomes no PSIU Poértico - Montes claros-MG
quando eu tinha oito anos
descobri o tempo.
ele estava numa plaqueta,
numa mercearia
dizia: “ fiado só amanhã”
foi aí que percebi que o tempo
não posa para fotos
Reynaldo Bessa
Do livro: Outros Barulhos
Prêmio Jabuti – 2009