terça-feira, 25 de maio de 2010

Complicações com terapia a laser

Entre todos os procedimentos a laser realizados em ambiente de consultório, a remoção de pelos a laser é aquele delegado a um maior número de pessoas não graduadas em medicina do que qualquer outro procedimento. Esse movimento resulta, possivelmente, em parte, da crença, comumente mantida, de que a remoção de pelos requer menos conhecimento especializado. Já existem, inclusive, dispositivos a laser de uso doméstico. Porém as pessoas devem ser informadas que laser oferece risco de complicações(manchas, cicatrizes, infecções ou ausência de resultado), e estas serão bem raras se os tratamentos forem realizados por dermatologistas ou supervisionados por estes.

Atualmente, qualquer pessoa pode estabelecer uma clínica de estética. Até cabeleireiros oferecem tratamentos estéticos. Pessoas com pouco conhecimento e senso de honestidade oferecem pacotes de tratamento que são puro engodo. A maioria destas clínicas não tem registro na Vigilância Sanitária, Conselho de Medicina ou estão irregulares perante a prefeitura. Nem sequer apresentam responsável técnico. Tudo isso é fruto da falta de fiscalização de órgãos competentes e da falta de definição do ato médico pela legislação. Procurem clínicas que tenham médicos responsáveis, preferencialmente dermatologistas ou cirurgiões plásticos.

Além disso, comete infração o médico que anuncia especialidade sem ter essa especialidade (ou seu título) registrada (o) na Associação Médica Brasileira. Isso inclui os que anunciam medicina estética. Não se esqueçam que medicina estética não é especialidade médica. Também aqueles que anunciam cirurgia plástica e dermatologia sem ter seus títulos registrados no conselho, mesmo que tenham residência médica. Fica o alerta para as pessoas ansiosas por remodelação corporal. É muito fácil cair nessas armadilhas LIPOASPIRAÇÃO: não importa o nome: hidrolipo, lipolight, ou minilipo. Todos estes termos definem lipoaspiração, a cirurgia plástica para eliminar gordura localizada.

Os novos títulos para uma operação que existe há mais de 30 anos revelam, em muitos casos, a má-fé de quem anuncia o procedimento. Esses nomes foram criados para fazer marketing, mas lipoaspiração é uma cirurgia que tem de ser feita em centro cirúrgico por um cirurgião plástico, alerta Sebastião Guerra, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. O nome hidrolipo também é pura enganação.

Há 20 anos, toda lipoaspiração é hidro, ou seja, é feita com soro e adrenalina, que evitam o sangramento excessivo.Um dos maiores riscos está na anestesia, seja ela geral ou local. Por isso é preciso ter na sala de cirurgia um anestesista preparado com materiais de reanimação. A recomendação da Sociedade Brasileira de Anestesiologia é que a clínica tenha também um centro de tratamento intensivo (CTI) de referência e o apoio de uma ambulância.

Dra. Ana Maria Pellegrini
Dermatologista e responsável técnica pela PELLE

Na vitrine: Gabriela

Ela está hoje com 52 anos e conserva a mesma graça de quando surgiu. Filha de Ilhéus, Bahia, Gabriela encheu de charme o ciclo do cacau, foi para as telas dos cinemas, para as pautas musicais deu a seu criador cinco prêmios. Na verdade, foi tão assediada que seu autor perdeu sobre ela seu controle. Hoje está na 80.ª edição. Sua história nos remete à década de vinte, quando o cacau tem seu apogeu e a Bahia/ Ilhéus vive um dos momentos mais marcantes de sua vida econômica. Em uma sociedade em que convivem coronéis, jagunços, prostitutas, surge a mulata Gabriela que vai alimentar a libido desses coronéis, mas Gabriela tem dono, estamos em 1920 é a namorada de seu Nacib, dono também do bar mais frequentado de Ilhéus, e onde Ilhéus acontece.

A partir desse livro, que saiu pela Livraria Martins Fontes Editora, com capa de Di Cavalcanti, Jorge Amado muda o curso de seu escrever: minimiza seu viés político e assume uma escrita centrada no social, quando passa a enfatizar a mistura racial, o erotismo e revela sutil percepção sensorial do mundo. A partir desse momento, ganham destaque as personagens femininas: as mulheres passam ao centro de suas narrativas como mito sexual, mas também como agentes do próprio desejo. Gabriela, cravo e canela traz uma visão picaresca da sociedade, ou seja, a busca pela obtenção de lucros e vantagens, por parte das classes sociais mais abastadas. Traz o pulsar da vida em Ilhéus e o olhar do autor para as questões que envolvem o ser humano e suas ações: o próprio homem e seu jeito de ser constituem a maior incidência de seus problemas e suas complexas relações sociais, além de sua ausência de valores, além da exploração das trabalhadoras do sexo e a problemática da sobrevivência e além da satisfação das necessidades mínimas existenciais.

É importante que enfatizemos aqui a importância do romance como a forma literária que melhor expressou o cenário social que Lucien Goldman denominou epopéia social: Com efeito, a forma romanesca parece-nos a transposição para o plano literário da vida cotidiana. Ou seja, o romance não é o simples reflexo de uma consciência coletiva real e dada, mas a concretização, num elevado nível de coerência, das tendências dos diferentes grupos sociais, consciência que se deve conceber como uma realidade dinâmica, orientada para certo estado de equilíbrio. A adesão dos intelectuais às causas do povo motivou uma onda de literatura apoiada nas teses marxistas que afirmavam ser o proletariado, o único grupo capaz de dar vida e sustentação a uma nova cultura.


Arlete Sendra é graduada em letras clássicas (português, latim e grego), é Mestre em Literatura Brasileira, Doutora em Literatura de Língua Portuguesa, e Pós-doutorada em semiótica. Atualmente, Arlete é docente e pesquisadora da Universidade Estadual do Norte Fluminense - UENF e Presidente da Academia Campista de Letras.


A palha podre do catolicismo

As mais claras águas podem levar de enxurro alguma palha podre. -
Machado de Assis.

Espero não estar incorrendo na falha do lugar comum ao dizer que o ser humano pode se apresentar como santo ou pecador; às vezes pecador capaz de atos abomináveis. Santo pela centelha de Deus a brilhar em nosso íntimo. Pecador, em decorrência dos limites do barro que nos forma. É obvio que as instituições não escapam do dualismo humano. Por que não dizer que todas as sociedades têm, como Jano, duas faces?

Não as duas faces do deus da abertura das portas, que encontramos na Eneida de Virgílio, daquele Jano bifronte, a olhar simultaneamente para frente e para trás, como que indicando a sabedoria. Daí, as vezes, na parte ruim das instituições, irromper o Jano monstruoso, que esconde, não raro, sob a capa da bondade e da pureza, o lado insano e repugnante dos instintos malsãos. Enfim, o Tartufo do teatro de Molière.

O Jano fariseu, o sepulcro caiado da grave advertência do Cristianismo. O monstro de O Médico e o Monstro. É a figura do Jano monstruoso, que me vem à mente, quando me deparo com o recente affaire da pedofilia envolvendo clérigos católicos. Como jornalista, entendo que a mídia deve, para alcançar os seus nobres objetivos, refletir o que aconteceu e o que está acontecendo, bem como, pelo seu setor opinativo, ponderar o que poderá acontecer com a omissão dos que estão ou que deveriam estar empenhados na concretização dos mais altos valores humanos. Por outro turno, como cristão católico, não temo enfrentar os fatos.

Mas me preocupa uma constatação apressada, porque os fatos, pela precariedade do nosso olhar, do nosso perceber e do nosso sentir, não constituem algo que nos leve à certeza absoluta, como adverte Chaim Perelman, um dos maiores pensadores do nosso tempo. Não é outra a opinião da insigne Hannah Arendt. Ela deixa claro que os fatos necessitam de testemunho e de testemunhas de confiança para se estabelecerem, para que possam encontrar um abrigo seguro no domínio dos assuntos humanos. Foi esse cuidado, que devemos ter diante dos fatos, a razão pela qual o então cardeal Joseph Ratzinger não ter se precipitado na condenação do sacerdote norte-americano Lawrance Murphy, que abusou de crianças surdas. Mas o fez bem antes do Poder Judiciário dos States.

Diante desse detalhe, que muitos escondem, torna-se evidente que não houve omissão, mas, sim, cuidado para não se incorrer numa injustiça. Não seria excessivo frisar que há algo, não tão lamentável como a constatação da existência de pedófilos no seio do Catolicismo, mas não menos preocupante. Trata-se do discurso desonesto deixando entender que na Igreja Romana prepondera a iniqüidade. É como se julgássemos, por exemplo, as religiões afro-brasileiras pelos terreiros que esquartejam criancinhas, nos rituais satânicos.

A Igreja Romana, pelos mesmos motivos do bom senso, não pode ser também identificada, a pretexto dos casos de pedofilia envolvendo maus sacerdotes, com a nefanda Inquisição, como está ocorrendo numa estapafúrdia associação de idéias. A Inquisição não passou de tumor maligno, que tomou conta das entranhas da Igreja humana e pecadora em torno de trezentos anos (século XII ao XV) e que, para nossa vergonha, perdurou no Brasil Colonial até o período pombalino. Mas a Igreja Santa, verdadeiramente Santa, e a Inquisição não se confundem.

Cabe à parte mais podre desse Tribunal hediondo, a maior responsabilidade pelos atos monstruosos, que atingiram, sobretudo, os nossos irmãos evangélicos, espíritas e judeus. Mas a repulsa por tais atos no seio da Igreja Católica, ora covardemente escondida pelos fiéis, ora clara, pode ser constatada pelo fato de Torquemada, o terrível inquisidor dos tenebrosos autos de fé motivados por uma canhestra defesa da ortodoxia, não ter sido elevado à honra dos altares, mas, sim, a pobre Santa Joana D!Arque, ela também queimada viva por decisão do Tribunal do Santo Ofício. Há outro episódio emblemático, que nos mostra o equívoco de olhar para uma única Instituição na crítica do lado podre do homem.

O médico Michel Servet, temeroso de ser vítima da Inquisição católica da Espanha, em razão de não aceitar o dogma da Santíssima Trindade, procurou refúgio no seio dos evangélicos liderados por Calvino. Mas não escapou da punição absurda. Foi, por esse motivo, lançado na fogueira pelos nossos irmãos protestantes. A pedofilia deve ser combatida numa luta sem tréguas. Mas não pode ser pretexto, desfigurando o bom combate, para se atingir uma Instituição que, neste nosso mundo cheio de brumas, teve o mérito, apesar de todas as suas contradições, de fazer refulgir o fogo dos ideais de dignidade, amor e solidariedade na sociedade ocidental.

Fernando da Silveira
Mestre em Comu-nicação Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é professor da Faculdade de Direito de Campos e da FAFIC e membro da Academia Campista de Letras.

Maradona correrá pelado por Buenos
Aires se a Argentina for campeã
Das agências internacionais
Em Buenos Aires (ARG)


Maradona surpreendeu ao exigir em sua suíte na África do Sul um vaso sanitário no valor de R$ 2 mil. Veja este e mais pedidos nada convencionais das seleções para o Mundial, que começa dia 11.

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MAIS ARGENTINA: MESSI VESTIRÁ A 10 NA COPA
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Diego Maradona, técnico argentino, fez uma promessa nada convencional. Afirmou que correrá pelado pelo centro de Buenos Aires caso a Argentina seja campeã da Copa do Mundo de futebol, que começa no próximo dia 11, na África do Sul.

Ele fez a promessa durante uma entrevista para um programa de rádio, segundo a agência AP, mantendo seu estilo polêmico. “Se vencermos a Copa do Mundo, eu correrei pelado em torno do obelisco”, disse ele, questionado sobre como comemoraria a taça.

O treinador da seleção argentina fez o comentário dois dias depois de a Argentina vencer o Canadá por 5 a 0, em amistoso preparatório para o Mundial na África. O time não teve Messi. “Se algo acontecesse com ele nesta partida, eu teria sido chutado”, explicou.

Vale lembrar que a equipe teve muito trabalho para passar pelas eliminatórias, já sob o comando de Maradona.

A Argentina está no grupo B da Copa do Mundo, estreando na competição no dia 12, contra a Nigéria. A equipe ainda enfrentará Grécia e Coreia do Sul na primeira fase da competição.

Cuidando de sua obra de arte

Seja qual for o suporte, a temática, o estilo ou o artista, toda obra de arte necessita de cuidados. Investir em arte, nos dias atuais, é um desafio, tanto moral como econômico. Pessoas gastam verdadeiras fortunas construindo mansões ou reformando apartamentos deslumbrantes, mas, na hora de decorar as paredes, o impulso consumista é freado e, no lugar de uma bela tela, optam por gravuras repetitivas ou um quadro de gosto duvidoso, geralmente pintado pela sogra ou por uma tia próxima. Entretanto, se possuir algo de valor artístico dentro de casa, fique atento às dicas abaixo.

Quando falamos a respeito de telas, algumas não necessitam de moldura como a do formato painel, por exemplo. Mas se achar necessário emoldurar um quadro tome muito cuidado na escolha da moldura. Um quadro moderno pede uma moldura simples, geralmente branca ou preta, fuja de molduras douradas, entalhadas e de grande largura, que acabam por chamar mais atenção do que o próprio quadro. Escolha o local ideal para acomodá-lo, nunca exponha um quadro à luz solar direta, limpe levemente a sua superfície com um pano limpo e seco de algodão macio, evite colocar quadros em ambientes externos, banheiros e paredes que possam transpor umidade, evitando assim o surgimento de manchas.

No caso de esculturas, o ideal é criar um nicho para sua acomodação, evitando principalmente a queda dos objetos. Quando se trata de uma escultura de pequeno porte, o ideal é isolá-la do ambiente, utilizando vidro, afastando com isso: poeira, fezes de insetos e pontas de dedos gordurosos. Ao iluminar uma estátua, dê preferência aos led’s de cor azulada, que praticamente não esquentam e, se bem projetados, valorizam as formas e cores das esculturas.


Adriano Ferraiouli é formado em artes plástics, professor da Universidade Cândido Mendes, chargista e colunista/colaborador do Jornal Mania de Saúde


O problema do IPVA

Quem acompanha esta coluna há de lembrar que, em edição anterior deste jornal, após severa pesquisa e cotejo de dados estatísticos disponibilizados pelo próprio Poder Público, publiquei um artigo demonstrando como o Estado do Rio de Janeiro perdia receitas para Estados vizinhos devido à prática de uma voracidade tributária sem igual. Naquela oportunidade, o foco maior da matéria foi o IPVA, caríssimo no Estado do Rio de Janeiro, se comparado ao Espírito Santo, e um absurdo total, se comparado ao Paraná. Quando da matéria anterior, mostrei que o nosso Estado tem, historicamente, uma fome interminável de tributos e que esta voracidade sem fim já produzia efeitos contrários, ou seja, provocava evasão de receitas e até mesmo afastava investimentos importantes, causando muito mais prejuízos do que benefícios.

E isto é muito claro de explicar. Imaginemos a instalação de uma empresa no Estado do Rio de Janeiro, onde ela terá que pagar uma alíquota de determinado imposto maior que no Estado vizinho, um IPVA de seus veículos duas vezes maior que no Estado vizinho, um salário de empregado maior do que no Estado vizinho, o que obrigatoriamente lhe trará maior valor de INSS e outros recolhimentos. Não precisa ser um gênio para saber que esta empresa vai descartar o Rio de Janeiro e vai preferir se instalar no Estado vizinho. Neste quadro, ainda vinculado à arrecadação de tributo, no caso, o IPVA, surgiu recente ação da Polícia Fazendária, visando a identificar e coibir o emplacamento irregular de veículos no Estado do Espírito Santo por proprietários residentes na cidade de Campos dos Goytacazes, fato que foi matéria até mesmo na mídia nacional.

Não se tenha qualquer dúvida de que a ação da Polícia Fazendária é legal, estritamente legal e em completa observância ao que determina a lei. Porém, mesmo legal, os fatos têm um ponto ético\moral que não se enquadra na realidade. Isto porque embora só a cidade de Campos dos Goytacazes tenha sido objeto da ação fiscal e veiculada na mídia como o local da irregularidade, praticamente todas as cidades próximas detêm o mesmo problema, ou seja, tal situação não é exclusividade de nossa terra goitacá. Por outro lado, se analisarmos com frieza os fatos, o próprio Poder Público tem imensa culpa no que acontecia, posto que é da natureza humana procurar defender o bolso, seja no consumo diário, seja no pagamento interminável de tributos.

Se o órgão fazendário Estadual sabia do problema há vários anos, por que não usou de racionalidade e regulamentou o IPVA nos mesmos moldes do Estado vizinho? O que de diferente oferece o Estado do Rio de Janeiro capaz de justificar um tributo tão mais caro para um mesmo fato gerador? Quais os serviços públicos tão excepcionais são oferecidos no nosso Estado para justificar uma diferença tão grande para o Espírito Santo? Compare as estradas, a saúde e a segurança pública e responda o que temos de tão melhor. Com o passar dos tempos, com as mudanças normais de momentos e da própria sociedade, se não houver uma adequação de atos de governantes com a realidade social, cria-se um vácuo entre a lei e a realidade, o que vai gerar fatos em que nem tudo que é legal é moral ou ético.

Se considerarmos pontos legais e aspectos tributários, muito mais teríamos a discutir e abordar, mas este artigo se transformaria quase em uma tese, o que não é possível e nem comporta em uma breve coluna como esta. Vamos esperar o que virá e que, num caso extraordinário, ocorra uma adequação entre a voracidade de arrecadar e a realidade do contribuinte.

Dr Edmundo Machado é juiz aposentado, dono de escritório de advocacia tributária e empresária que leva o seu nome, músico diletante e colunista/colaborador do Mania de Saúde.

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