O início deste mês está sendo marcado pelas atividades realizadas em decorrência do Dia Mundial da Saúde, celebrado, oficialmente, no dia 07. No Brasil e no mundo, estão em andamento diversas ações e campanhas preventivas, sobre as mais variadas doenças, a fim de instruir ainda mais a população sobre os riscos de não se ter cuidado com o corpo.
A verdade, porém, é que um dia não basta para chamar a atenção das pessoas para as questões de saúde. Ao invés da celebração, a conscientização diária é que deve ser palavra-chave, conforme explicou, com exclusividade, ao Mania de Saúde, o presidente da Unimed-Campos, Dr. Márcio Sidney Pessanha de Souza. "Acredito que o Dia Mundial da Saúde é mais para fazer um alerta do que propriamente uma comemoração", diz o médico. "É importante que as pessoas se atentem que o dia da saúde é todo dia. É preciso que haja uma reflexão sobre os comportamentos de riscos da sociedade moderna, como o estresse, por exemplo, que pode influir diretamente no organismo, sobretudo no que diz respeito às doenças cardiovasculares", avalia Dr. Márcio Sidney, ressaltando o agravante social do problema. "Isso implica em custos para o Estado e para a gestão privada, que gastariam menos se houvesse mais prevenção", destaca.
Por falar em implicações sociais, Dr. Márcio Sidney lamenta que na passagem do dia seja lembrada a ausência de um empenho maior do Governo Federal em relação a esse que é considerado um dos principais problemas do país. "No caso da Unimed, ela é um elemento de saúde suplementar. Mas, em quase todo o país, ela cumpre um papel mais complementar do que suplementar", relata o médico. "Não temos a certeza de que todos os municípios tratem a saúde de forma igualitária. As pessoas acabam buscando a saúde suplementar para completar as lacunas da saúde pública", avalia.
Diante das falhas do Estado, a responsabilidade no trabalho, então, passa a ser muito maior, já que os espaços precisam ser preenchidos, como ressalta o médico. "A Unimed está presente em 80% do território nacional. Daí a importância do papel dos gestores médicos, pois é preciso lidar com o fato de que temos que fazer mais do que já deveríamos, numa atitude que deveria ser revista, por exemplo, pelo Governo, que trata essa questão de uma forma um tanto quanto paternalista", pondera.
Outro fator agravante, nesse assunto, é a forma como o plano de saúde é encarado. "Quando um cidadão faz um seguro de carro, ele não vai bater o veículo para aproveitá-lo. Mas, no plano de saúde, todos querem usufruir. Isso cria uma demanda muito grande de trabalho e de custos para os gestores médicos. Posso dizer que temo muito pelo futuro dessa realidade", complementa o médico.
Como vimos, o Dia Mundial da Saúde é apenas uma data simbólica para que possamos nos ater às diversas necessidades de cuidado que o nosso corpo tem, bem como reflexões sobre a própria realidade. No fim, a consciência é sempre o melhor caminho.
Redação
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