Poéttika 127
quando xangô e yansã se deitam
quando xangô e yansã se deitam
a guerreira das trevas
me atravessa com seu dardo de luz
a dor na carne dos teus olhos azuis
me desconcerta
mas não me desassossega
me atravessa com seu dardo de luz
a dor na carne dos teus olhos azuis
me desconcerta
mas não me desassossega
estamos em frente da vitrine
ela me chegou como carta do destino
acaso – ou ímã nos extremos
de uma equação que nunca se completa
ela me chegou como carta do destino
acaso – ou ímã nos extremos
de uma equação que nunca se completa
lhe ofereço um short
ela não experimenta imediatamente
enquanto bebo uma cerveja
desconversa sobre a fuga
do lugar de onde esteve
ela não experimenta imediatamente
enquanto bebo uma cerveja
desconversa sobre a fuga
do lugar de onde esteve
tem as unhas apontadas pros meus olhos
como rajadas de ventos – temporal
fluidificando a sensação
que ainda não sei de onde veio
como rajadas de ventos – temporal
fluidificando a sensação
que ainda não sei de onde veio
Artur Gomes
www.tvfulinaima.blogspot.com
Poéttika
1996 - 2002
depois de seis anos
rasgamos o tratado de outubro
no hotel às tantas
da cidade alta
atravessei a travessia
atravessando bento
a tradição italiana
não conseguiu impedir
que eu destrancasse a porta
quantas cartas
me queimaram os dedos
com o fogo das palavras
na cama
ela me esperava nua
para nos comermos
pela primeira vez
entre tuas pernas
grafitei meu corpo
no poema/gravidez
Artur Gomes
Poéttttica 25
do alto olho a cidade
lá em baixo deserta
na certa as pessoas
estão em suas casas
fechadas – trancadas
até os dentes
tamanha a solidão
Artur Gomes
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