terça-feira, 16 de julho de 2013

poéticas fulinaímicas

    praia de Ubatuba - foto: Artur Gomes


Jura Secreta 18

te beijo vestida de nua
somente a lua te espelha
nesta lagoa vermelha
porto alegre caís do porto
barcos navios no teu corpo
peixes brincam no teu cio
nus teus seios minhas mãos
as rendas íntimas que vestias
sobre os teus pelos ficção

todos os laços dos tecidos
e aquela cor do teu vestido
a pura pele agora é roupa
e o sabor da tua língua


e o baton da tua boca
tudo antes só promessa
agora hóstia entre os meus dentes

e para espanto dos decentes
te levo ao ato consagrado
se te despir for só pecado
é só pecar que me interessa



Artur Gomes







anote book
onde diz livro e vá pra New York
se enforque nos braços da liberdade
que auto se proclama
way of life mas your life
é sempre uma knife
de dois gumes
e aproveite
a nova liberdade
troque suas havaianas
por um nike
de um rolê no central park
e esqueça o ibirapuera
pela quimera
tua afro-tupy brasilidade
que vire cherock
e num big macand chery-cok
e à vontade
e aos domigos
lembre os sambas mais antigos
e escute apenas o som dos gringos
again to play in your head
assim aprende bem a língua
enquanto míngua e aí my brother
da tua língua mother
só restará a palavra saudade!





para Danielle Morreale

Dani-se
se ela me pisar nos calos
me cumer o fígado
me botar de quatro
assim como cavalo
galopar meus pêlos
devorar as vértebras

Dani-se
se ela me vier de unhas
me lascar os dentes
até sangrar meu sexo
me enfiar a faca
apunhalar meus olhos
perfurar meus dedos

Dani-se
se o amor for bruto
até mesmo sádico
neste instante lírico
se comédia ou trágico
quero estar no ato
e Dani-se o fato
deste sangue quente
nas veias dos infernos
deixa queimar os ossos
eexplodir os nossos
poemas
pós modernos

a vida pesa quando vale
Dani-se: Morreale







In versos

A gente inventa tudo
Mas de repente
A coisa se inverte
E tudo se inventa.
Fico vesga no engenho de idéias
Eu dentro dele
Ele dentro de mim
Os sentimentos são as portas
O meu corpo só a casca
Tudo entra e tudo sai
O que mata me nasce
Como o que nasce me mata
Fico miúda para ver o alto
Lá de cima avisto o espaço
Se quero ver o plano
Fico gigante para
olhar pra baixo

Dani Morreale




guarapari verão de 2006 - foto: Artur Gomes



gosto de cumer
a traça
e se és parte da raça
nesta selva
vira caça
se és humana
e ultrapassa
a espécie
do que caço
estás salva
dos meus dentes
mas se ainda
és curuminha
por onde vais e caminha
entre a cidade
e o matagal
pode inspirar
meu samba/enredo
e desfilar
entre os meus dedos
onde tudo é carnaval


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