quarta-feira, 3 de novembro de 2010

FUNDO NACIONAL DA CULTURAEDITAL DE CONCURSO PÚBLICO N°1 - PRÊMIO PROCULTURA DE

http://www.cultura.gov.br/site/categoria/editais-ministerio-da-cultura/

Verão nas UPPs: Destina-se a entidades civis de direito privado, sem fins lucrativos, de interesse público, formalmente constituídas, que tenham objetivo estatutário referentes a atividades culturais, estabelecidas no Estado do Rio de Janeiro, para recebimento e seleção pública de projetos de Oficinas de Memória e Território, Produção e Programação, e Mobilização.
http://www.social.rj.gov.br/licitacoes.asp



Instituto Rio Branco fará seleção de bolsistas

O valor da bolsa é de R$ 25 mil e voltada para candidatos negros que queiram se preparar para a carreira de Diplomata

O Instituto Rio Branco (IRBr) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) abriram processo seletivo para o Programa de Ação Afirmativa do Instituto Rio Branco – Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia. O benefício é voltado para candidatos negros, que tenham concluído ou irão concluir curso superior em 2011. Os selecionados receberão uma bolsa de estudos no valor de R$ 25 mil, pago em parcelas de março a dezembro de 2011, que deverão ser investidos na compra de material didático e pagamento de cursos preparatórios para o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata, realizado anualmente.

As inscrições poderão ser feitas entre os dias 8 e 26 de novembro, por meio do endereço eletrônico www.cespe.unb.br/concursos/irbrbolsa2010. A participação é gratuita. O candidato também deverá remeter, via Sedex, cópias dos documentos exigidos pelo edital para o “Programa de Ação Afirmativa do Instituto Rio Branco – Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia”, Central de Atendimento do CESPE/UnB, Caixa Postal 4488, CEP 70904-970, Brasília/DF.

O processo seletivo contará com prova objetiva, prevista para o dia 11 de dezembro, e prova de redação em Língua Portuguesa e Língua Inglesa, prevista para o dia 12 de dezembro. As provas serão aplicadas nas cidades de Belém/PA, Belo Horizonte/MG, Boa Vista/RR, Brasília/DF, Campo Grande/MS, Cuiabá/MT, Curitiba/PR, Florianópolis/SC, Fortaleza/CE, Goiânia/GO, Macapá/AP, Manaus/AM, Natal/RN, Palmas/TO, Porto Alegre/RS, Porto Velho/RO, Recife/PE, Rio de Janeiro/RJ, Salvador/BA, São Luís/MA, São Paulo/SP, Teresina/PI e Vitória/ES.

Os candidatos também passarão por Análise de Documentação enviada pelo candidato no momento da inscrição e de Entrevista Técnica, a cargo de Comissão Interministerial reunida para esse fim. Essa etapa ocorrerá em Brasília/DF.

SERVIÇO
Concurso: Programa de Ação Afirmativa do Instituto Rio Branco – Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia
Inscrições: de 8 a 26 de novembro
Inscrição: gratuita
Remuneração: Bolsa de estudos no valor de R$ 25 mil

Prova objetiva e de redação: previstas para 11 e 12 de dezembro
http://www.mocambos.net/

"vamos fazer um mundo mais do nosso jeito"

Sandro Silva
antropologias.blogspot.com



E chegou novembro, o Mês da Consciência Negra.

por Arísia Barros
http://cadaminuto.com.br/blog/raizes-da-africa

Gurgumba, o quilombo localizado no município de Viçosa, Alagoas é rasgadopela arquitetura da não existência.

Chama atenção a forma desordenada de convivência entre os trilhos de trem, pálidos casebres de taipa e crianças- órfãs do espaço das brincadeiras infantis. Os trilhos são os companheiros do faz-de-conta das invisíveis 80 crianças quilombolas de Gurgumba.

Os trilhos de Gurgumba transportam o açúcar, o ouro da cana e empobrecem a riqueza da história de um povo.

As 80 crianças de Gurgumba não tem trilhos que as leve para a escola. Vão em grupos. Não vão de trem. O trem dos trilhos de Gurgumba transporta o ouro da cana. Não transportam crianças. Elas vão em grupo, quase em bando. Uma maiorzinha de 10 ou 12 anos “vigia” os mais novos.

As crianças de Gurgumba que vão em grupo para a escola, pois, o trem prioritariamente, carrega o ouro da cana, têm que suportar nos ombros, ainda frágeis, o peso de serem quilombolas.

Como não tem estradas que as tirem do confinamento do analfabetismo as guerreiras mirins atravessam o matagal e vão à caça das letras, na escola, no centro de Viçosa.

A infância das 80 crianças de Gurgumba pede atenção. Infância rima com desenvolvimento humano.

O desenvolvimento humano das crianças de Gurgumba tem mobilidade reduzida. Falta espaço de crescimento.

Banhado pelo Rio Paraíba, o quilombo de Gurgumba, vive em um oceano de necessidades.

A infância das crianças de Gurgumba sofre com o humor das águas. Elas basicamente moram entre os trilhos que transportam ouro e a violência do Paraíba no local.

As 80 crianças em Gurgumba têm a pele manchada pelo descaso com a infância.Feridas de difícil cicatrização.

As crianças do quilombo de Gurgumba são sub cidadãs alagoanas, apesar de Zumbi..

E chegou novembro, o Mês da Consciência Negra.

As crianças quilombolas de Gurgumba não têm muito para comemorar.



O crime perfeito contra a cidadania de tantos meninos e meninas.

por Arísia Barros*
http://cadaminuto.com.br/blog/raizes-da-africa*

A menina tinha a pele preta e estava debruçada atenta na investigação das letras no papel branco à sua frente.

A menina tinha pele preta e o papel era branco.

O difícil para menina na casa dos 10 anos era reconhecer o que significavam as letras que pintavam o papel de preto.

A menina da pele preta estava debruçada sobre o papel branco nos gramados que contornam o Hotel Jatiúca, na orla da capital alagoana. Junto à menina tinha uma multidão de adultos da pele tão preta, quanto à dela, que displicentemente pescavam peixes na lagoa, jogavam baralho e tomavam uma “branquinha” às 7 horas da manhã..

Observava a cena em caminhada matinal e ao cruzar no passeio com a menina, esta me interpelou e estendeu o papel na busca de desvendar o mistério daquelas letras pretas no papel branco.

Quase caí no riso ao ver que o papel que a menina lia estava escrito em inglês. Uma língua tão difícil para ela quanto para mim. Estávamos, eu e a menina, analfabetas diante da mensagem no papel branco.

Apesar, de naquele momento, termos nos igualado ao mesmo grau de analfabetismo no desvendamento dos códigos da língua estrangeira, o analfabetismo da menina preta de sonhos largos, traduzia um mal maior, e muma terra em que a cidadania, ainda, é palavra incorporada a discursos políticos sem quase nenhuma ação prática.

Como aquela menina de pele preta existe um monte de meninas e meninos em Alagoas que não sabem escrever o próprio nome. E por mais que a educação oficial crie e recrie projetos pedagógicos o analfabetismo em Alagoas é um crime social perverso.

Um crime perfeito contra a cidadania de tantos meninos e meninas.

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