Caboca Goyá
(Para minha bisavó e minha filha Valéria Amor-in)
Perdida nas sombras tortas
do cerrado
catando gravetos
folhas secas
flores murchas
um resto qualquer
de cigarra morta
que negue essa aldeia
a pulsar ancestralmente
na batida do meu peito
Goyá! Goyá! Goyá!
Goyá! Goyá! Goyá!
Goyá! Goyá! Goyá!
Buscando uma erva
que cure de vez
a dor de uma ausência
das fogueiras que jamais
me esquentaram os pés
Goyááááááááááááá!
Sugando o encarnado
das caliandras
para tingir meu sangue
de outro vermelho
mais luz
menos dor
mais planta
menos eu
folhas secas
flores murchas
um resto qualquer
de cigarra morta
que negue essa aldeia
a pulsar ancestralmente
na batida do meu peito
Goyá! Goyá! Goyá!
Goyá! Goyá! Goyá!
Goyá! Goyá! Goyá!
Buscando uma erva
que cure de vez
a dor de uma ausência
das fogueiras que jamais
me esquentaram os pés
Goyááááááááááááá!
Sugando o encarnado
das caliandras
para tingir meu sangue
de outro vermelho
mais luz
menos dor
mais planta
menos eu
Lilia Diniz
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