poética 26
a faca
afiada de metal
rasga
os bagos da fruta
enquanto outra faca
de carne não de aço
cospe em solidão
o líquido do amor
que não fizemos
poética 27
paixão é tudo
entre teu corpo e o poema
a faca desliza
amolada
entre a casca e a pele da fruta
quando sair para o banho
acenda a luz do abajour
aos pés da cama
e deixe que eu escreva nos lençóis
as palavras selvagens
que baudelaire nos ensinou
artur gomes
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