sábado, 17 de julho de 2010

O peso da moeda



Perdidas em gavetas, deixadas dentro de bolsos ou, simplesmente, ignoradas pelo cidadão comum. Esse é o destino de quase 50% dos 15 bilhões de moedas de real que existem no país.
De acordo com o Banco Central do Brasil, a não circulação delas é um grande prejuízo para a economia nacional, cujos efeitos podem ser vistos, por exemplo, na falta de troco em estabelecimentos comerciais.
A ausência de circulação das moedas se torna ainda mais preocupante com a deterioração das cédulas de real, que além de terem uma pequena vida útil, sofrem também com o descuido no manejo por parte do consumidor.
Toda essa realidade não é muito aparente para o cidadão comum, mas é preciso cuidado, como alerta o economista Paulo Gomes Sanguedo. A questão da falta de moedas é um problema cultural, pois o brasileiro tem ojeriza a elas. Já cansei de ver, por exemplo, moedas jogadas pelos cantos da rua, sem ninguém pegar. Por outro lado, há muitas pessoas que guardam elas em casa, criando os famosos cofrinhos, prejudicando ainda mais a economia.
Por quê? Porque a moeda tem um baixo custo operacional e uma duração muito longa. Ao contrário das cédulas, que se deterioram muito mais rápido. Prova disso é a intenção que o Banco Central tem de transformar muitas notas de real em moedas. Ou seja, é preciso mais atenção com as moedas, afirma o especialista. Sanguedo dá o exemplo da recente nota de R$ 10, que saiu de circulação simplesmente por ter um elevado custo operacional para o país.
Aquela nota de plástico que tínhamos, no valor de R$ 10, saiu de circulação porque a Austrália tinha a patente dela. Ou seja, o Brasil pagava a outro país para fabricar aquela cédula. Por essas e outras razões que há o interesse de valorizar as moedas, pois elas realmente são importantes para o comércio, disse. Por falar em comércio, nada como ouvir quem é do ramo. Com anos de experiência no setor, o Sr. Elmo Barbosa, um dos proprietários da Miss Dior, em Campos, ressalta a influência do demasiado uso de cartão de crédito.
De uns três anos para cá, os cartões se intensificaram muito, sobretudo pela segurança que ele transmite. Hoje, por exemplo, quase não se veem as moedas circulando mais, só o cartão. Ele acabou substituindo o dinheiro. Acho que, por uma questão de praticidade e comodidade, as pessoas acabam dando mais atenção ao cartão de crédito, disse. O assunto, apesar de ignorado, merece atenção. Tanto é que o Banco Central do Brasil há tempos divulga a campanha Nosso dinheiro, uma cartilha que visa conscientizar o brasileiro para a necessidade de preservar - e fazer circular tanto as moedas quanto as cédulas de real. Porque dinheiro, como sabemos, vale muito.

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